Clipping MP / Valor Econômico / Financial Times / Guy Dinmore - Os italianos foram alertados a não esperar mais que um crescimento mísero de sua economia afundada em dívidas nos próximos dois anos, à medida que o governo aumenta os impostos e reduz os gastos públicos.
O governo de centro-direita do premiê Silvio Berlusconi reviu ontem para baixo suas previsões de crescimento do PIB, para 0,7% para 2011, 0,6% em 2012 e 0,9% em 2013, quando o déficit do orçamento está previsto para atingir a meta de algo próximo de zero.
Essa revisão para baixo acompanham previsões ainda mais sombrias divulgadas pelo FMI e pela principal associação empresarial da Itália, a Confindustria. O crescimento mais lento, o aumento dos custos da dívida e um governo "frágil" e ineficiente foram as principais justificativas citadas pela agência Standard & Poor"s para sua decisão de rebaixar a classificação de crédito da Itália na terça-feira.
Analistas temem que o corte de gastos anunciado na semana passada vá deprimir ainda mais a economia, num momento de enfraquecimento global. Este mesmo temor se refletiu ontem no valor da ação da Mediaset, a holding de TVs de Berlusconi, que fechou em queda de quase 7%.
Operadores disseram que o Banco Central Europeu (BCE) entrou mais uma vez no mercado comprando bônus da Itália, o que levou a diferença de rendimento com os Bunds de 10 anos da Alemanha de volta a menos de 400 pontos-base, mas ainda perto de quando o BCE começou suas compras de títulos, em 8 de agosto.
Apesar da pressão crescente, Berlusconi novamente mostrou sua habilidade em impedir o colapso de sua turbulenta coalizão. Parlamentares obedeceram à recomendação partidária e votaram contra o fim da imunidade parlamentar de Marco Milanese, um deputado do partido de Berlusconi procurado pela polícia sob a acusação de corrupção. Milanese, ex-assessor do ministro das Finanças, Giulio Tremonti, foi salvo da prisão por 312 votos contra 305.
Um pequeno grupo de manifestantes se reuniu do lado de fora do Parlamento. Em vez de arremessar moedas num protesto simbólico, eles disseram que vão comprar cópias da Constituição para serem distribuída para os representantes que elegeram. Milanese, que nega qualquer má conduta, deve a continuidade de sua liberdade em parte a uma mudança de posição do partido Liga Norte e seu líder, Umberto Bossi, que instruiu seus deputados a votar contra a prisão.
Dois meses atrás, num caso parecido, a Liga rompeu fileira e votou a favor da prisão de Alfonso Papa, deputado do partido de Berlusconi que também foi acusado de corrupção. Papa foi levado naquele dia para a prisão onde aguarda julgamento. Comentaristas chamaram atenção para os laços próximos de Bossi com Tremonti.
O ministro das Finanças não foi implicado na investigação sobre seu ex-assessor. Em julho, porém, admitiu "erros" em pagamentos feitos a Milanese. http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/9/23/italia-preve-anos-de-estagnacao-de-sua-economia/?searchterm=
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